quarta-feira, 25 de junho de 2014

Petisco caseiro com carinha de bar: Azeitonas empanadas e bolinho de arroz!

Salve salve sossegados!!! 

E aí todo mundo animado para o jogo no sábado? 
Conheço um montão de gente que "detesta" futebol, mas na Copa... "PIRA". 
Vale o que vier: pipoca, petisco, salgadinho, cerveja gelada, feijoada, e até unha roída. 
O que vier, morre! 
Como o próximo jogo é no sábado e muita gente vai assistir em casa reunindo os amigos, resolvi postar aqui duas receitinhas bem simples de petiscos baratos, rápidos e fáceis para vocês oferecerem, além é claro, da tradicional cervejinha bem gelada e da pipoca - só não vale fazer pipoca no microondas, hein? 
Se você não bebe, não tem problema! Capriche servindo um suco refrescante de abacaxi com hortelã, que fica tudo certo! 
Esses tempos atrás postamos a receita dos Onion Rings que fez um baita sucesso por aqui, lembram? Essa receita junto com essas duas outras que postarei hoje, foram parar no caderno Gourmet do jornal Folha SC como sugestão para "Petiscos da Copa"! Vocês também podem acessar a matéria completa neste link aqui, caso queiram conferir! 
A receita da azeitona foi sugestão da minha amiga Carolina Figueiredo que me encaminhou via página do facebook e os bolinhos de arroz são receita de família.

Vamos lá? 





Azeitonas Empanadas:

Ingredientes:
- Aproximadamente 250g de azeitonas verdes sem caroço (drenadas)
- 2 xícaras de farinha de trigo
- 2 xícaras de farinha de rosca
- 2 ovos
- 500ml de óleo (aproximadamente) para fritar

Modo de preparo:
- Quebrar os ovos e retirar a pele da gema (membrana) com as mãos ou com auxílio de uma peneira. Bater ligeiramente com um fouet (batedor de arame) ou garfo e reservar.
- Peneirar a farinha de trigo e colocá-la em um prato suficientemente grande. Passar as azeitonas na farinha de trigo e em seguida nos ovos batidos.
- Colocar a farinha de rosca em um saco plástico e derrubar as azeitonas besuntadas dentro e mexer o saquinho, assim elas vão ficar totalmente cobertas com a farinha de rosca. Se preferir pode-se simplesmente despejar a farinha de rosca em uma vasilha e colocar as azeitonas besuntadas lá e mexer bem para que a farinha de rosca grude.
- Aquecer o óleo e fritar as azeitonas em óleo bem quente, por cerca de um a dois minutos até dourar. Escorrer em uma peneira de aço e depois servir.

Rende uma porção pequena e leva no máximo 40 minutos no preparo!

Se quiser incrementar, pode-se acrescentar 2 colheres de queijo parmesão ralado a farinha de rosca. Fica incrível, mas bem salgado, então é interessante servir com um molho neutro. 
Se vocês quiserem conferir a receita original sugerida pela Carolina, é só acessar esse vídeo aqui, no youtube: 

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Bolinho de arroz:

Embora muito comuns, as pessoas fazem esses bolinhos “a olho” e cada um tem uma forma especial de preparar a sua receita. Eis aqui a do Sossega:

Ingredientes:
- 1,5 xícara de arroz cozido (pode ser preparado na hora ou já reaproveitado de sobras do almoço ou janta do dia anterior)
- 1,5 xícara de leite na temperatura ambiente (aproximadamente)
- 1,5 xícara de farinha de trigo (aproximadamente)
- 1 ovo
- 2 colheres de sopa de chá de queijo parmesão ralado
- Cheiro verde (salsinha e cebolinha) a gosto
- Sal (se necessário)
- 500ml de óleo (aproximadamente) para fritar

Modo de Preparo:
- Colocar o arroz já cozido com um pouco de leite em uma panela e levar ao fogo baixo, sempre mexendo até ferver. Depois retirar do forno e aguardar esfriar. (Esse processo não é obrigatório, mas deixa o arroz mais tenro e molinho)
- Com o arroz frio, acrescentar o ovo sem a pele e misturar com a ponta dos dedos. Acrescentar o queijo ralado, e aos poucos a farinha e o leite e misturar com as mãos até dar o ponto de fazer bolinhas não muito moles (com a consistência de uma massa mais grossa que a do bolinho de chuva, mas que possa ser “pingada” com o auxílio de uma colher).
- Acrescentar o cheiro verde e o sal.
- Aquecer o óleo e fritar os bolinhos “pingando” e moldando com o auxílio de uma colher. Basta deixar dourar por inteiro, sempre virando e cuidando para que o óleo não esfrie e eles fiquem ensopados.
- Escorrer em uma peneira de alumínio e servir.

Rende cerca de vinte bolinhos pequenos  e leva aproximadamente 45 minutos para ficar pronta (com o arroz já cozido)

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Quero só ver a versão de vocês hein? 
E aguenta que sexta tem mais delícias para vocês! 

Abraço grande! 

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Panela de pressão, carne e cerveja preta: Bom pra solteiro!

Salve salve, sossegados!

Essa semana abrimos o blog do Sossega com uma receita que vai fazer a cabeça de muita gente que não sabe cozinhar e que não gosta de perder muito tempo na cozinha: A Carne de Preguiçosa na cerveja, que já apareceu no Caderno Gourmet do Jornal Folha SC de abril.
Muito prática, barata e rápida, executar essa delícia só tem um porém: você precisa de uma panela de pressão!
Senti um clima de suspense e um frio da barriga de muita gente aí do outro lado da tela, mas acredito que o medo da tão famigerada panela, muitas vezes vem alimentado por mitos e lendas, que assim como as receitas, são passados de geração em geração!
Percebo que  tudo isso é um grande mal entendido e preconceito com um utensílio que considero imprescindível e altamente recomendável aos solteiros de plantão!
Logo que mudei de cidade e vim morar sozinha aqui em Jaraguá do Sul, um dos primeiro itens que ganhei de presente da minha mãe foi uma panela de pressão da marca "Clock" de 4,5L - que me acompanha até hoje e confesso que foi um sufoco, nas primeiras semanas cozinhar sem o auxílio dela! Eram horas cozinhando feijão, ervilhas, grão de bico... 
Extremamente útil, essa "ferramenta" já foi sim muito perigosa, mas hoje muita coisa mudou e podemos encontrar diversos modelos no mercado com inúmeros dispositivos de segurança: basta seguir as instruções que acompanham a embalagem da marca que você escolher e fazer sempre a limpeza e manutenção correta que não tem erro, sua parceira de cozinha sobreviverá por anos sem causar acidentes.
O ideal é que se troque a borracha a cada ano e é importante que se compre o modelo correto da borracha, pois cada tipo de tampa tem um encaixe; portanto nada de comprar as borrachinhas genéricas! 
 Na dúvida aconselho levar suas panelas em um local que faça a manutenção das mesmas, como "Hospitais de Panelas", onde você pode trocar válvulas, cabos, tampas, borrachas de vedações e outros equipamentos pertinentes não somente a panela de pressão mas a qualquer outra panela... e por favor, por amor a vida não permita que seu vizinho coloque um parafuso na válvula de segurança dizendo que "assim também funciona".
Outra dica útil é nunca ultrapassar a medida de "três dedos" abaixo da tampa, pois deverá sempre sobrar um espaço para o vapor circular, e se caso você a coloque no fogo e não fizer pressão na válvula, desligue-a imediatamente pois a mesma pode estar entupida e precisa ser desobstruída! Então nada de esquecer a panela no fogo e dar as costas para assistir ao jogo do Brasil, certo? 

Abaixo selecionei algumas imagens de panelas de pressão de diversos modelos - e preços que variam de R$ 70,00 a R$ 1.500,00 (sim, tudo isso por uma panela fantástica e linda... é o poder do "design", da tecnologia, da função e do marketing - mas sobre isso falaremos outro dia, ok?) que podem te auxiliar em sua aquisição! 

Fonte: magazineluiza.com e buscape.com




Bem, já ficou claro que sou total adepta de uma "pressãozinha" na cozinha e acredito que é um investimento válido! Para quem é solteiro uma panela pequena, de 4,5L é mais que suficiente e nela vocês podem executar inúmeras receitas que vão muito além do feijão e da sopa. 
Pode-se fazer carne de panela, churrasco de panela de pressão, pudins, doces, massas e uma infinidade de aromas e sabores invadirão sua casa... 
Se você ainda ficou com medo e com dúvidas, pode consultar nesses links aqui, aqui e aqui, pois foi onde busquei informações, algumas até eu mesma desconhecia, e foi bem interessante aprender!


E agora, bora lá anotar a receita? 

Antes de mais nada vou esclarecer que vocês encontrarão duas opções: a receita original, que contém caldo industrializado e molho pronto, aditivos que hoje eu desaprovo e evito ao máximo - mas quem não tem muita intimidade com a culinária e muito menos dispõe de tempo, vale lançar mão até ampliar o seu,  vamos dizer, "repertório aromático-gustativo-apaixonante"! 
Mas quem quiser se arriscar já, vale a receita modificada do Sossega que é ligeiramente mais trabalhosa, mas fica triplamente mais saborosa e dispensa os caldinhos e molhos industrializados! 
Ah e a cerveja... bem, aos poucos vamos descobrindo que quase tudo o que envolve cerveja, vinho e cachaça no cozimento fica macio e derrete na boca - aliás é uma boa pedida pra assistir ao jogo da Seleção no domingo com a casa cheia de amigos, não acham? 
Confere aí! 




Carne de Preguiçosa na Cerveja Preta

Receita Original:

Ingredientes:

- 1kg de posta vermelha
- 1 long neck de cerveja preta
- 1 lata de massa de tomate
- 1 cubo de caldo de carne.

Modo de preparo:

- Colocar a carne picada em cubos e demais ingredientes em uma panela de pressão, fechar e levar ao fogo até chiar. Contar 30 minutos e desligar o fogo; deixar a pressão sair naturalmente e servir.


Receita Modificada pelo Sossega Ofélia:

Ingredientes:

- 1 kg de posta vermelha ou coxão duro
- 1 long neck de cerveja preta
- 4 tomates
- 250ml de água (meio copo americano)
- 1 cebola média
- 3 dentes de alho
- Coentro desidratado a gosto
- Páprica picante a gosto
- 1 colher de sopa rasa de sal
- 2 colheres de sopa de azeite de oliva (aproximadamente)

Modo de preparo:

- Descascar e picar a cebola em cubos bem pequenos e reservar.
- Colocar os tomates de molho na água quente por alguns minutos até soltar a pele. Depois basta retirar a pele, cortar os tomates ao meio, retirar a sementes e reservar.
- Descascar e cortar os dentes de alho ao meio, retirando o gérmen (miolo). Depois picar em cubinhos pequenos e esmagar rapidamente com um garfo. Reservar.
- Cortar a carne em cubos grandes, retirando as capinhas de gordura possíveis.
- Em uma panela de pressão, aquecer o azeite (sem queimar) e colocar a cebola para dourar. Quando já estiver quase transparente, acrescentar o alho e deixar dourar por mais alguns minutos. O alho não deve torrar.
- Quando a cebola e o alho estiverem dourados, acrescentar o sal, o coentro e a páprica picante e deixar fritar por alguns segundos para que solte o aroma. Em seguida acrescente a carne e deixe selar (fritar por fora). Mexa a carne com cuidado se necessário para que sele em todos os lados.
- Enquanto a carne sela, bata o tomate e a água no liquidificador. A consistência será de um molho bem fluído. Após bater, verificar se a carne já está selada e acrescentar este “molho” e a cerveja preta na panela.
- Tampar a panela e deixar cozinhar no fogo médio até pegar pressão. Quando a panela “chiar”, conte 25 minutos e desligue. Deixe a pressão sair normalmente, abra e prove o sal. Se necessário, acrescente mais sal e deixe cozer por mais alguns minutos com a tampa aberta para evaporar um pouco a água e o molho ganhar corpo.
- Esse processo não é obrigatório, é apenas uma finalização e fica a gosto do cozinheiro.

Observações:

- O coentro pode ser substituído pela salsinha fresca.
- Cuidado ao colocar coentro, ele é aromático e pungente.
- Não recomendo acrescentar mais sal, mas como mencionei, fica a gosto do cozinheiro.
- Essa carne leva cerca de uma hora para ficar pronta, e essa receita serve bem 4 pessoas, acompanhada com arroz e salada verde. 

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Abraço grande e boa degustação!! 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Delícias de Inverno: Sopa cremosa de lentilha com linguiça calabresa!

Boa noite Sossegados! 

E aqui vamos nós com mais uma esfriada básica e uma nova sopa de cair o queixo! 
A lentilha é uma leguminosa extremamente nutritiva com tantas ou mais propriedades que o feijão - porém mais leve na digestão. 
Eu particularmente sou fã da lentilha e faço diversos pratos com ela, como a Mjadra, que vocês já acompanharam aqui. Vai bem com vegetais, com embutidos, em saladas e até mesmo com carnes. 
A tradição de se comer lentilha no final do ano é bem comum no Brasil, mas essa tradição pode ter sido implementada pelos imigrantes italianos e há também quem faça menção a Bíblia, em Gênesis 29:34, em que Esaú, filho de Isaac e irmão de Jacó, troca seus direitos de filho mais velho por um prato de lentilhas - e após isso ele se torna um homem rico!
Enfim, como tudo aqui é cheio de história e herança familiar, executei essa receita porque esses dias, logo que começou a esfriar, minha mãe comentou via facebook que preparava uma deliciosa sopa de lentilhas e me encaminhou a receita. 
Passaram-se alguns dias, fui comprar alguns utensílios de cozinha para o evento da semana passada e me encantei com a última "cumbuca" de sopa que encontrei perdida na loja e irresistivelmente levei a dita cuja pensando em estreá-la com a sopa de lentilhas da minha mãe!
Como sempre, adaptei algumas coisas porque prefiro essas sopas mais cremosas e mais encorpadas e a receita original é um pouco mais aguada. Obviamente modifiquei um pouco para ficar com o aspecto desejado, mas neste ponto, uma das vantagens da lentilha é que se for bem cozida ela se desmancha e forma um caldo grosso, então não foi preciso acrescentar praticamente nada, apenas alterar o tempo de cozimento do grão. 
Esse fator deixou a sopa mais consistente, sendo possível inclusive substituir o feijão e servir com arroz em uma refeição - o que fiz no dia seguinte, ao preparar minha "marmita"!

Vamos lá?  




Sopa cremosa de Lentilhas com Linguiça Calabresa

Ingredientes: 

400g de lentilha lavada e escolhida
Água (aproximadamente 1,5 l)
1 linguiça calabresa
1 cebola pequena picada
2 dentes de alho sem o talo central picados e amassados
Sal a gosto
Cebolinha e salsinha a gosto
Pimenta biquinho e pimenta fresca a gosto
Azeite de oliva

Modo de Preparo: 

- Coloque as lentilhas de molho em água (o suficiente para cobrir os grãos) por 40 minutos. Escorra, e em seguida coloque-as em uma panela de pressão e cubra com o equivalente ao dobro do volume da sua quantidade de água;
- Leve a panela ao fogo e quando começar a chiar conte 20 minutos e desligue. Deixe sair a pressão normalmente e abra a panela. Separe uma concha da lentilha, coloque-a em um prato e esmague com um garfo. Devolva a lentilha esmagada à panela e coloque-a em fogo baixo;
- Em uma frigideira doure a cebola picada até ficar transparente e em seguida acrescente o alho. Quando estiverem dourados, acrescente-os à panela com as lentilhas;
- Mantendo sempre o fogo baixo, tire a pele da linguiça calabresa e corte-a em rodelas não muito finas. Coloque-as na panela com as lentilhas e deixe ferver bem ate engrossar; 
- Prove o sal, se necessário acrescente um pouco com cuidado - os embutidos já possuem bastante sal - e deixe ferver mais uns minutos, mexendo de vez em quando para incorporar. 
- Sirva com torradas ou com pão, queijo parmesão, pimenta e cheiro verde.

Observações: 

- A Lentilha ganha "corpo" e vai engrossando sozinha, por isso fica ótimo para comer com arroz no dia seguinte substituindo o feijão. Não precisa utilizar amido de milho (maisena), farinha, manteiga ou qualquer outra coisa para engrossar o caldo.
- É uma excelente opção para quem leva marmita no almoço além de muito fácil e simples de fazer!
- Se você tiver medo da panela de pressão, pode cozinhar a lentilha em uma panela comum pois ela não é muito dura, porém seu caldo não ficará tão espesso, então será necessário mais tempo de fogo. Mantenha sempre o fogo baixo nesta situação! 
- Se você quiser ainda mais praticidade, pode comprar cebola e alho desidratados ou em pó a granel em lojas de produtos naturais e substituir. Se optar pelo "pó", não precisa dourar, acrescente-os direto na panela com a lentilha cozida. 
- Rende 4 porções generosas. 

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Agora é só colocar em prática e testar! 
Não esquece de contar pra gente depois! 

Um grande abraço sossegado!

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Evento - Escondidinho no Café Rock Bar!

Boa noite Sossegados!!! 


Hoje o Sossega está empenhado em preparar todos os ingredientes para fazer as porções de Escondidinho no Café Rock Bar, em Jaraguá do Sul! 
Serão três versões deliciosas de escondidinho, com receitas próprias, ingredientes especialíssimos e nomes originais: 

* Escondidinho Jaraguaense: Purê de batata asterix com recheio de linguiça e cobertura de queijo colonial;
* Escondidinho Lampião: Purê de aipim com recheio de carne seca e cobertura de queijo colonial;
* Escondidinho Maria Bonita: Purê de batata baroa (mandioquinha salsa) com recheio de carne seca e cobertura de queijo colonial.

Estão todos convidadíssimos a experimentar nossos pratos que serão preparados com muito carinho em parceria com os donos da casa, o Sérgio e a Vanessa! 



Então anota lá: 
Café Rock Bar - Rua João Piccoli, 166 - esquina com a Rua Reinoldo Rau - Centro, Jaraguá do Sul/SC
Data: 14/06 - Sábado (Amanhã)
Início: 13:00h
Valor: R$ 15,00 a porção de 450g para consumir no local!
Os primeiros 10 clientes a experimentarem os escondidinhos ganham um mini bolo de fubá com caldinha de limão especialíssimo! 




Contamos com a presença de todos vocês! 
Abraço grande e um ótimo fim de semana!

A Equipe do Sossega Ofélia! 

sábado, 7 de junho de 2014

Delícias do inverno: Sopa cremosa de ervilha - irresistível e saborosa!

Salve salve Sossegados!

Esse frio que tem feito aqui no sul, combinado a esses dias chuvosos são um ótimo convite para quem gosta de ficar em casa, no aconchego do seu lar não é mesmo?
Você chega em casa, olha aquele sofá macio, um tapete fofinho, uma cobertinha...
E o que falta?
Penso que esse clima todo pede mesmo uma boa sopa! Cremosa, rala, com muitos ingredientes, com ou sem carne, com macarrão, com arroz, com ou sem pimenta... vale quase tudo em se tratando de repor as energias, aquecer o estômago e aproveitar bons momentos sozinho ou na companhia de quem a gente gosta.
Um dos pratos mais antigos da história da humanidade, a sopa foi do lixo ao luxo!
Incorporando a alimentação humana desde quando o homem percebeu que as carnes duras da caça eram amaciadas e adquiriam um sabor mais aprazível quando aferventadas com ervas, o hábito de consumo dos caldos e sopas tornou-se intrínseco em nossos hábitos alimentares:
"Recipientes de todas as espécies, do estômago de animais à sopeiras de ouro, testemunharam ao longo dos tempos o hábito ininterrupto, de todos os povos, de preparar e tomar sopas. Por ser um prato fácil e acessível, de considerável valor nutritivo e energético, os caldos e as sopas foram a base da nutrição de, praticamente, todas as civilizações."
Diante de toda essa importância, a sopa merece destaque e exerce um papel importante em nosso cotidiano, podendo reunir nutrientes de vários alimentos em um único e saboroso prato, como mostra o trecho a seguir:
"Durante a Idade Média, as sopas, de fato, ganham notoriedade, não só nas abadias e mosteiros. A medicina reconhece suas virtudes terapêuticas e passa a prescrevê-la como remédio, sendo o caldo de galinha o mais cotado, antes de qualquer outra."
Observo que as sopas, assim como qualquer outro prato, recebem com o passar do tempo, adaptações e particularidades de acordo com os hábitos e costumes de cada pessoa, vinculados ao seu histórico e tradição familiar. Isso se comprova quando indago: 
- Quem nunca saliva ao lembrar daquela canjinha da vovó, ou da sopa de feijão da tia, e melhor ainda: daquele caldinho da mãe? Quem? 
O modo de temperar, de preparar, de misturar os ingredientes, é que confere a cada sopinha a sua identidade e torna-se intrínseca em nossa memória gustativa - uma das mais difíceis de esquecer.
Confesso que algumas sopas são tão simples e baratas e ficam tão saborosas, que é sim, um GRANDE desperdício, não se arriscar na cozinha para inventar a sua própria receita, embora seja preciso cuidado ao escolher os ingredientes para não virar uma grande "gororoba"! 
O que tenho notado com frequência nessa época é a quantidade - e variedade - de receitas de cremes e sopas cremosas disponíveis nos sites, blogs e páginas de culinária que sigo. Muitas com uma base leguminosa: como a ervilha, o grão de bico, a lentilha ou o feijão; outras com uma base de amido provenientes de tubérculos como a batata, a batata baroa (mandioquinha salsa), o aipim (mandioca ou macaxeira) e até mesmo a batata doce. 
Nem preciso dizer que esses cremes são saborosos e substanciosos fazendo da "entrada" o  "prato principal", não é mesmo? De execução fácil, alguns deles, lançam mão de poucos ingredientes e  utilizam aquilo que comumente temos em casa, tornando tudo muito econômico e prático.
Você pode fazer uma receita de-li-ci-o-sa para até 6 pessoas, mesmo que esteja sozinho, pois receitas como essa permitem ser congeladas em porções por algum tempo: assim, você pode chegar em casa encharcado, descongelar rapidamente a sua refeição, e deliciar-se com o calor de um prato quente, depois de sair do trabalho desprevenido sob uma chuva torrencial!!
"Autobiograficamente" falando, essa foi a minha experiência semanal que transformou-se em uma receita de sopa cremosa de ervilha, a qual orgulhosamente venho compartilhar e inspirar vocês... Afinal, cozinhar é uma troca de experiências, não é? 
Vamos a ela?



Sopa cremosa de ervilha do Sossega!

Ingredientes:

300 gramas de ervilha seca inteira
1,5 litros de água (aproximadamente)
1/2 cebola picada em cubinhos bem pequenos
2 dentes de alho sem o gérmen central picados bem pequenos e esmagados
1 colher de chá de gengibre picado bem pequeno
2 colheres de sopa de azeite de oliva
1 colher de chá de páprica picante
1 colher de chá de curry
2 colheres de sopa de cebolinha fresca picada
2 colheres de ricota fresca ralada
sal a gosto (cerca de 2 colheres de café serão suficientes)


Modo de Preparo:

- Colocar as ervilhas de molho em água ( o suficiente para cobri-las) por 1 hora
- Escorrer as ervilhas e cozinhá-las na panela de pressão em água: medir a quantidade de ervilhas e colocar o equivalente ao dobro dessa quantidade de água. Quando a panela chiar, conte 15 minutos e deligue. Deixe sair a pressão normalmente, abra a panela e verifique se estão bem molinhas e formaram um caldo grosso. Escorra rapidamente e amasse grosseiramente as ervilhas com um garfo. Reserve.
- Doure no azeite a cebola em uma panela funda em fogo baixo, e quando estiver transparente, acrescente o alho e o gengibre. Doure sem deixar queimar.
- Aos poucos acrescente as ervilhas amassadas e misture bem com auxílio de uma colher de bambu. Se necessário acrescente um pouco de água para que fique em uma consistência de creme.
- Acrescente a páprica, o curry e um pouco de sal. Quando começar a levantar fervura, acrescente a ricota ralada e mexa bem. Em seguida acrescente o sal e deixe cozinhar por alguns minutos.
- Finalize com a cebolinha verde e prove o sal.
- Sirva bem quentinha com queijo parmesão ralado, pimenta moída e cebolinha picada fresca por cima.
- Se preferir decore com pimenta fresca, mas retire-a para consumir.


Observações:

- A ervilha seca cozida forma uma casquinha, e se você não gostar dessa textura, pode peneirar a ervilha moída ou ainda bater no liquidificador. Eu particularmente gosto de sentir as leguminosas, então fica a critério de quem vai preparar.
- A ricota nunca derrete completamente, então se você quiser uma opção vegana, pode suprimir este ingrediente.
- Mantenha sempre o fogo baixo a médio para não queimar.
- Não precisa acrescentar amido de milho, farinha ou qualquer outro ingrediente para engrossar.
- As colheres de bambu não emboloram e não absorvem sabores. São ótimas, duráveis e baratas, e alguns modelos possuem um furo no meio, que são ideais para fazer cremes e molhos espessos, pois auxiliam a não "empelotar".
- Rende três porções generosas! 


E aí, vai arriscar?
Em breve traremos outros cremes, caldos e sopas para vocês!

Abraço carinhoso e bem quentinho!!



segunda-feira, 2 de junho de 2014

Nossa história luso-brasileira: O bacalhau dos "Palma".

Salve salve sossegados!

Essa postagem tem gostinho de tempero de família, daquelas receitas recheadas de histórias que passamos de geração em geração. Na verdade a promessa era domingo, mas por falta de algumas confirmações familiares, acabei deixando para postar somente hoje, na segunda feira! 
Minha ascendência lusitana, inegável nos meus traços físicos, também o é nos hábitos culinários: O gosto pelo azeite de oliva em tudo, a paixão pelos doces cristalizados e de compota e a predileção pelo famoso bacalhau são algumas das confirmações - e das lembranças que trago sempre junto a memória.
Lembro das festas religiosas - especialmente Páscoa e Natal, onde não faltavam muitos doces e é claro muito bacalhau; em especial uma receita praticada desde os meus tataravós, que se assemelha a uma moqueca de peixe assada. 
Para falar do bacalhau, antes é necessário compreender que essa "vedete" da culinária portuguesa, é oriunda de várias espécies de peixe, em provenientes das águas frias do atlântico norte, mais especificamente da Noruega e do Canadá. 
Portugal tornou-se o maior beneficiador deste tipo de alimento devido aos "desbravadores", que se aventuravam mar adentro - afinal o sal é um dos conservantes mais antigos, eficientes e baratos, tornando-se então uma forma viável e eficaz de se prover a fonte de proteínas durante as grandes navegações,  além de elevar o preço do produto na comercialização.  
A espécie de peixe que dá origem ao mais caro - e melhor - bacalhau conhecido como "bacalhau do porto" é o Ghadus Morua. Ao cozinhá-lo, ele se desmancha em lascas uniformes e é mais amarelado, de sabor inigualável. Já encontrei essa iguaria custando cerca de R$ 60,00 / Kg, contra singelos R$ 28,00 /kg do similar mais próximo em sabor e qualidade. 
Com as altas dos preços hoje, há opções "genéricas" de peixes salgados "Made in China", que se aproximam (meio de longe) do sabor do bacalhau "original", mas a textura é totalmente diferente, pois eles desfiam mais e os filés são mais finos. 
Li também algo sobre o bacalhau brasileiro, o pirarucu, originário da Amazônia - que honestamente nunca experimentei, mas se vocês quiserem dar uma "bisolhada" nesses links
 aqui,  e  aqui, das Revistas Superinteressante e da revista Adega, respectivamente, poderão encontrar mais informações! 
Agora chegando ao ponto crítico: o cheiro! Quanto a isso, acredito que seja tudo a mais ou menos a mesma coisa em um primeiro momento: lembra o cheiro de dobradinha e infesta todo o ambiente em que se está cozinhando. 
Portanto, é necessário alguns cuidados, que só fui aprender depois de consultar meus sábios oráculos - entenda-se mãe, tias e vovó, afinal elas são peritas nisso há muito mais tempo que eu! 
Para começar, o ideal é lavar o bacalhau  em água corrente retirando a camada grossa de sal e depois deixá-lo de molho na água por 12 horas, pelo menos, sempre trocando a água a cada 3 horas. Depois de dessalgar, para sair o cheiro forte, é necessário aferventá-lo em uma solução de água, vinagre e bicarbonato de sódio por cerca de 40 minutos, e em seguida aferventar novamente em água limpa. 
Esse pré preparo é indispensável, pois do contrário seu prato pode até ficar saboroso, mas o cheiro não será nada aprazível e vai acabar estragando o paladar de qualquer uma das inúmeras receitas disponíveis na internet e nos livros (sejam elas de ensopado, bolinho, escondidinho, lasanha, moqueca, etc).
Falando em receitas,  uma  das mais famosas e folclóricas é o a do "Bacalhau a Gomes de Sá, o criador do prato típico do norte de Portugal. Apesar da simplicidade, este prato torna-se saboroso e especial devido ao preparo,  que após todo aquele processo de "dessalga" e "aferventamento", a receita propõe que as postas marinem no leite, fazendo com que elas absorvam mais água - devido a gordura do leite - e fiquem tenras. 
Já a receita da família Palma - da qual sou descendente - varia um pouco nos ingredientes mas também é extremamente simples e leva camadas de batatas pré cozidas e sem casca, cebolas em rodelas, tomates em rodelas, pimentões (que com o passar dos anos fomos abandonando o uso) e é claro, o bacalhau desfiado grosseiramente. Por ser uma tradição quase que "verbal", cada um adaptou seus gostos e temperos com o passar do tempo, mas a gênese e sabor de infância permanecem inalterados! 
Este ano, também resolvi variar um pouco trocando o tomate pelo tomate seco, e acrescentar umas folhinhas de manjericão no final, o que conferiu uma sabor bem especial à tradição - preparado a quatro mãos com a aprovação da família! 
Confere lá! 




Bacalhau da Família Palma, reinventado pelo Sossega!


Ingredientes: 

- 700g de bacalhau dessalgado, aferventado e desfiado grosseiramente
- 3 cebolas cortadas em rodelas finas 
- 8 batatas grandes pré cozidas, descascadas e cortadas em rodelas de aproximadamente 0,5cm
- Tomate seco hidratado (aproximadamente 100g) e picado.
- Azeitonas pretas sem caroço a gosto
- Azeite de oliva a gosto
- Sal a gosto
- pimenta branca a gosto
- Folhas de manjericão a gosto.


Preparo: 

- Pré aqueça o forno a 180°
- Regue uma assadeira grande com azeite de oliva e disponha uma camada de batatas. Regue-as com azeite e polvilhe sal a gosto, com cuidado para não exagerar. Em seguida disponha uma camada de cebolas e espalhe o tomate seco picado. Não precisa deixar o tomate seco juntinho pois o que deve sobressair é o sabor do bacalhau, então não precisa carregar no tomate seco. Regue novamente com azeite e sal, disponha o bacalhau e coloque azeitonas. Também não precisa exagerar nas azeitonas para não estragar o sabor. regue com azeite, sal e pimenta branca. Torne a fazer outra camada de batatas, e vá repetindo as camadas deixando a ultima camada de batatas. Coloque algumas azeitonas para decorar, regue com azeite, polvilhe o sal e cubra com uma folha de papel alumínio. 
- Leve ao forno por 20 minutos, depois retire o papel alumínio e deixe por mais 15 minutos no forno, para dourar a batata. 
- Quando retirar do forno, espalhe as folhinhas de manjericão fresco e sirva com um bom vinho de preferência branco ou verde!  


Observações: 

- Descasque as batatas e cozinhe-as no vapor. É mais fácil controlar a textura e a batata fica mais saborosa. Elas devem ficar bem consistentes e não molengas, pois ainda serão levadas ao forno. 
- Hidrate os tomates secos em uma solução de três partes de água e uma de vinho branco e uma pitada de bicarbonato de sódio por 40 minutos. Depois lave-os em água corrente e torne a deixar na água limpa por mais 20 minutos. 
- Se quiser você pode acrescentar queijo parmesão para gratinar, também fica muito gostoso, mas cuide com o sal! 


Então, gostaram? 
Agora é só se arriscar e contar pra gente! 

Abraço grande! 


Em tempo: 
Nesta versão, devido ao alto custo do bacalhau na ocasião, utilizamos o "genérico" da China, o "Polaca do Alaska". O gosto lembra o da minha infância, mas a textura é como disse anteriormente, bem mais "fiapenta". Um contraponto ao preço, que acabou tornando-se muito convincente, tanto que decidimos arriscar levando em conta que nem sempre dispomos de "numerário" para adquirir uma iguaria originalíssima! 
Normalmente o acompanhamento é com arroz branco, mas ali na imagem, como vocês podem notar, utilizei o arroz integral por conta da dieta da família.