domingo, 27 de abril de 2014

Ao som Ella Fitzgerald!

Salve salve, Sossegados! 

Chegamos no domingo, dia de descansar, de recarregar as baterias, de almoçar com a família, de dormir até mais tarde, de colocar as ideias em ordem, de escutar boas músicas e de refazer a playlist da semana, afinal a música embala minha vida – e a vida de muita gente - desde sempre. 
Lembro que meu pai, meu grande “incentivador” na musicalidade, comprou-me certa vez uma coleção com coletâneas – dessas que chegam aos poucos, em fascículos mensais – com diversos títulos de jazz. Minha reação inicial foi de estranheza, visto que no auge da adolescência, o negócio era ouvir AC/DC, engraxar os coturnos e agitar a cabeleira no quarto enquanto o vinil “comia solto”.
Mas, assim como em relação a comida, em que fomos ensinados desde pequenos a experimentar de tudo para depois formular um "gosto", com relação a música não foi muito diferente. Aos poucos ouvi todos os títulos, descobri as nuances, os novos sons,  e com o tempo fui apurando os ouvidos e abrindo o coração para novas possibilidades.
De todos aqueles títulos,  os que mais marcaram e os que mais ouvi (e ainda ouço), foram Miles Davis, Coltrane, Billie Holiday e a divina Ella Fitzgerald.
Relacionar música e comida é algo bem comum, uma coisa inspira a outra e ambas mexem com partes importantes do nosso cérebro, fazendo com que revitalizemos nossas memórias e lembranças de uma maneira mais que surpreendente. 
Foi bem na adolescência, no primeiro contato que tive com Ella Fitzgerald que também provei de uma iguaria sem precedentes: o antepasto de berinjela desidratada, que é a vedete do Sossega nos pequenos eventos.



Presente na minha família há quase vinte anos, este antepasto que leva berinjela filetada desidratada, pimentão das três cores, alho, cheiro verde, sal e azeite de oliva extra virgem, demora cerca de quatro dias  para ficar pronto, que é o tempo de preparo e também o mínimo necessário para que a conserva "curta" no azeite e fique saborosa. A demora se deve ao processo de desidratação da berinjela, que exige tempo e cuidado para não desperdiçar a leguminosa e ter-se um rendimento satisfatório. 
É claro que, quanto mais tempo o antepasto "curtir" no azeite,  mais acentuados os sabores se tornam e mesmo quem não gosta muito de berinjela, se curva ao sabor único que ela adquire na combinação.  

Como vocês podem perceber, abrimos o fim de semana em grande estilo: ao som de Ella Fitzgerald, concluímos o preparo da saborosa berinjela, e aprontamos a proposta que vocês conferiram na imagem acima, onde finalizamos com torradinhas e com esses rolinhos de queijo mussarela e salame italiano, para servirmos de entrada em um pequeno evento. 

Ficou curioso (a) para degustar também? Entre em contato conosco que prepararemos com carinho uma "amostra" para você receber seus amigos em casa! 
Esse antepasto vai bem com vinho e com cerveja além de aceitar outras combinações de ingredientes, de acordo com a sua preferência! 
Ah, para saber mais sobre a Ella Fitzgerald, a wikipedia oferece um resumo interessante sobre a vida e a obra da cantora; mas se você quer mesmo conhecer essa voz magnífica, o Sossega Ofélia indica esse video para um bom começo: 



Assite lá e depois nos conta como foi a experiência? 
Um abraço grande e tenham todos uma ótima semana! 


Em tempo: Dia 25 de abril é a data em que Ella Fitzgerald completaria 97 anos! 
Coincidência ou não é também a data de aniversário do meu amigão e cheff Erik Fillies! Parabéns querido! Aguardamos seu precioso "pitaco" por aqui! :)  

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Dicas da Dona Vânia - Bolos!

Boa noite Sossegados! 

A partir de hoje, todas as quintas feiras, publicaremos uma dica esperta de cozinha para todos os navegantes, experientes ou não, nessa deliciosa arte. 
E quem enobrece esse bate-papo cheiroso, gostoso e saudável é a Dona Vânia, nossa amada inspiração, nossa portuguesa fofinha, mamãe com jeitinho de vó e  culinarista de mão cheia! 
Fiquem atentos às preciosas dicas, selecionadas com carinho por esta pessoa espetacular! 

E para inaugurar a conversa, hoje ela nos fala sobre os deliciosos bolos! 
Quem não gosta de degustar um bolinho fofinho pela manhã ou morninho, com uma fina camadinha de manteiga naquele café da tarde? 
Aqui vão 5 dicas infalíveis para que seu bolinho fique perfeito! 

Confere abaixo! 

1. Quando começar a preparar a receita, após separar todos os ingredientes, ligar o forno na temperatura solicitada pela receita e dar início ao preparo da massa. 

2. Quando, ao derramar a massa sobre a assadeira ou forma, o faça pelas extremidades até chegar com a massa ao centro e deixe descansar por aproximadamente 5 minutos para a massa acomodar completamente; desta forma ela crescerá uniforme. 

3. Abra o forno, acomode a assadeira e somente o abra  novamente, após 20 ou 25 minutos ou quando estiver totalmente assado. 

4. Você confere se o bolo está assado espetá-lo com um palito e ao retirá-lo, o mesmo sair limpo.

5. Retire o bolo do forno com cuidado e deixe sobre uma superfície elevada, de preferência sobre um elemento  vazado (descanso de panela ou similar), longe da corrente do vento para evitar o choque térmico e o bolo ficar perfeito.



E para aproveitar o embalo, segue abaixo o print da Folha SC de sábado, dia 19/04/2014, onde participamos cedendo nossa receita de muffin! 
Aproveita para aplicar as dicas na sua versão!! 
Só conferir neste link aqui!

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Sexta Feira Santa com Moqueca de Tilápia!

Salve salve, Sossegados!

Nesta quinta feira, véspera de feriado, vamos inaugurar as postagens do “Blog do Sossega” com uma deliciosa divagação histórico-culinária, para dar água na boca e instigar a criatividade!
Amanhã é Sexta Feira Santa, ou Sexta Feira Maior, como é comumente chamada a data pelos cristãos, e habitualmente as famílias abdicam da carne vermelha e optam pelo consumo do peixe. 
Mas de onde vem mesmo essa tradição?

Para escrever sobre isso, fiz uma viagem no tempo e rememorei as longas conversas com meu pai a respeito de religião, filosofia, cristianismo e culinária, onde ele, cozinheiro, padeiro, contador, músico, teólogo e autodidata, “verborragizava” um tratado sobre todos os assuntos pertinentes a esta postagem.
Também revi alguns conceitos pela internet e em alguns livros que permeiam minha biblioteca para poder divagar e estabelecer essa conversa com a finalidade de colocar todo mundo na cozinha descobrindo o prazer de cozinhar!

A Páscoa Cristã, celebrada em um domingo contado atualmente 40 dias após a quarta-feira de cinzas, é o dia em que se comemora a ressurreição de Jesus Cristo e na sexta feira que antecede este dia, rememora-se a sua morte na cruz. 
Há várias referências a Páscoa celebrada como ritos de passagem , em diversas culturas, como a Pesach (passagem) judaica, em que se celebra a libertação do povo hebreu, cativo dos egípcios, atravessando o mar vermelho.
Em várias expressões culturais, existe historicamente, rituais em que há o sacrifício e a renúncia para relembrar o sofrimento, e a festividade para celebrar a vida e o renascimento. 
Muitos cristãos também fazem seus rituais de passagem  -  pequenos sacrifícios no período da quaresma (esses 40 dias que antecedem o domingo de Páscoa), por esta representar um tempo de reflexão; dentre essas abdicações, é comum renunciar a carne vermelha, por exemplo, como uma analogia à renúncia aos “pecados da carne”[1].

O fato é que de rito em rito, de tradição em tradição, tornou-se praxe consumir o peixe na Sexta Feira Santa, e obviamente esse costume gerou receitas e hábitos culinários que permeiam nossas papilas gustativas de memórias saborosas!
Na minha família materna, por exemplo, a descendência portuguesa nos remete ao bacalhau, e como toda família “culinariamente ativa”, temos nossa receita “clássica” que atravessa gerações mesmo em contraposição ao alto custo do bacalhau!

Se fica difícil provar esta iguaria, sugiro aqui,  a Moqueca de Tilápia - uma das primeiras postagens que fizemos na página do Sossega Ofélia no facebook (aqui).
Esse peixe é facilmente encontrado nos pesqueiros, e além de saboroso, tem um custo bem mais baixo que o do bacalhau.
É claro que tradicionalmente a moqueca leva peixe de mar, preferencialmente com a carne mais consistente, mas encontramos uma adaptação interessante que fizemos questão de testar e saborear para passar a dica para vocês!
De origem brasileira, a moqueca é fácil de preparar, e o  maior desafio do preparo é sua montagem.
 A receita original foi extraída do site “Na cozinha do Carlos”(aqui) e as nossas adaptações limitaram-se somente  ao ingrediente “filé de tilápia”; optamos por utilizar postas de tilápia (com espinhos mesmo) para poder conservar a espessura mais grossa.

Esse site é muito bem detalhado quanto ao histórico da moqueca e preparo do prato, tornando a leitura fácil e interessante, por isso dispensamos reescrever nossa versão, bastando vocês consultarem o link no final da postagem!  
Nossa finalização acompanhou o arroz e um pirãozinho da cabeça do peixe, que utilizamos, segundo os critérios do Sossega Ofélia, para não desperdiçar comida!
Ficou uma delícia e essa receita serviu bem 4 pessoas “famintas”!




Um grande abraço e um ótimo feriado a todos!




[1] Lembro de ter ouvido isso em uma das últimas missas a que assisti, há mais de 10 anos!