Salve
salve, Sossegados!
Nesta
quinta feira, véspera de feriado, vamos inaugurar as postagens do “Blog do
Sossega” com uma deliciosa divagação histórico-culinária, para dar água na boca
e instigar a criatividade!
Amanhã
é Sexta Feira Santa, ou Sexta Feira Maior, como é comumente chamada a data
pelos cristãos, e habitualmente as famílias abdicam da carne vermelha e
optam pelo consumo do peixe.
Mas
de onde vem mesmo essa tradição?
Para
escrever sobre isso, fiz uma viagem no tempo e rememorei as longas conversas
com meu pai a respeito de religião, filosofia, cristianismo e culinária, onde
ele, cozinheiro, padeiro, contador, músico, teólogo e autodidata,
“verborragizava” um tratado sobre todos os assuntos pertinentes a esta
postagem.
Também
revi alguns conceitos pela internet e em alguns livros que permeiam minha
biblioteca para poder divagar e estabelecer essa conversa com a finalidade de
colocar todo mundo na cozinha descobrindo o prazer de cozinhar!
A
Páscoa Cristã, celebrada em um domingo contado atualmente 40 dias após a quarta-feira de cinzas, é o dia em que se comemora a ressurreição de Jesus Cristo e na sexta
feira que antecede este dia, rememora-se a sua morte na cruz.
Há várias
referências a Páscoa celebrada como ritos de passagem , em diversas culturas, como a Pesach (passagem) judaica, em que se celebra a
libertação do povo hebreu, cativo dos egípcios, atravessando o mar vermelho.
Em
várias expressões culturais, existe historicamente, rituais em que há o sacrifício e a renúncia para relembrar o sofrimento, e
a festividade para celebrar a vida e o renascimento.
Muitos
cristãos também fazem seus rituais de passagem - pequenos sacrifícios no período da quaresma (esses 40 dias
que antecedem o domingo de Páscoa), por esta representar um tempo de reflexão; dentre essas abdicações, é comum renunciar a carne vermelha, por exemplo, como uma analogia à renúncia aos “pecados da carne”[1].
O
fato é que de rito em rito, de tradição em tradição, tornou-se praxe consumir o
peixe na Sexta Feira Santa, e obviamente esse costume gerou receitas e hábitos
culinários que permeiam nossas papilas gustativas de memórias saborosas!
Na
minha família materna, por exemplo, a descendência portuguesa nos remete ao
bacalhau, e como toda família “culinariamente ativa”, temos nossa receita
“clássica” que atravessa gerações mesmo em contraposição ao alto custo do
bacalhau!
Se
fica difícil provar esta iguaria, sugiro aqui,
a Moqueca de Tilápia - uma das primeiras postagens que fizemos na página
do Sossega Ofélia no facebook (aqui).
Esse
peixe é facilmente encontrado nos pesqueiros, e além de saboroso, tem um custo
bem mais baixo que o do bacalhau.
É
claro que tradicionalmente a moqueca leva peixe de mar, preferencialmente com a
carne mais consistente, mas encontramos uma adaptação interessante que fizemos
questão de testar e saborear para passar a dica para vocês!
De origem brasileira, a moqueca é fácil de preparar, e o maior desafio do preparo é sua montagem.
A
receita original foi extraída do site “Na cozinha do Carlos”(aqui) e as nossas adaptações
limitaram-se somente ao ingrediente “filé
de tilápia”; optamos por utilizar postas de tilápia (com espinhos mesmo) para
poder conservar a espessura mais grossa.
Esse
site é muito bem detalhado quanto ao histórico da moqueca e preparo do prato, tornando
a leitura fácil e interessante, por isso dispensamos reescrever nossa versão, bastando
vocês consultarem o link no final da postagem!
Nossa
finalização acompanhou o arroz e um pirãozinho da cabeça do peixe, que
utilizamos, segundo os critérios do Sossega Ofélia, para não desperdiçar
comida!
Ficou
uma delícia e essa receita serviu bem 4 pessoas “famintas”!
Um
grande abraço e um ótimo feriado a todos!
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